Vi…senti…vivi e jamais esquecerei! Uma experiência de vida…para a vida!
“Em meados do mês Maio aterrei na pérola de África que é São Tomé e Príncipe, com uma força imensa de “pôr” mãos à obra…
Foram mais de 40 dias e com o passar do tempo, o sorriso inocente das crianças, contraria o olhar pesado e pejado de tristeza dos mais velhos, de quem passou e passa por muitas privações. Vi tanto de tão belo, mas também tanto do que era impossível e impensável viver na minha terra! Em São Tomé vive-se tudo de forma tão intensa…o bom é o menos bom!
Hoje em dia, reconheço e dou mais significado a palavras tão simples como humildade, orgulho, respeito, desprendimento, coragem, dar, receber….
Este tempo que passei em missão de voluntariado em Guadalupe, foi possível (se bem que numa pequena escala), apoiar pessoas em dificuldade, contribuindo através de bens e serviços que foram além dos apoios oficiais que o estado santonense pode e devia proporcionar…
Receber e transmitir amor, carinho, sorrisos, foi fundamental para o meu equilíbrio, e nada melhor que vivê-lo nas mais diversas formas.
Obviamente que tive que anular, ou esquecer alguns confortáveis conceitos pessoais e impor a mim própria uma nova filosofia de vida onde ser útil aos outros foi um caminho para a minha realização pessoal.
Não foi ambição, nem a procura de riqueza material ou notoriedade que me moveu abraçar este projeto, apenas a vontade de ajudar, a procura de riqueza emocional e a certeza de que dei, por menor que fosse, um contributo para a construção de um futuro diferente para as crianças de São Tomé, mais diretamente com as “nossas meninas” residentes na missão. Crianças e adolescentes deliciosas!
Partilhei o meu coração, com vários corações, despertei o que de melhor tenho em mim e quiçá nos outros… Estive presente, dediquei e aprendi.
Só privando com as crianças e com a sua cultura, é que me percebi, que a ideia romântica do voluntariado não existe, ou melhor: existe, mas só na ideia. A realidade é bem diferente na minha perspetiva e foi bem mais enriquecedora!
Sinto o meu coração cheio, sinto que fui útil, mas sinto também que recebi muito mais, do que aquilo que poderei ter dado…
Um bem haja a quem comigo, longe ou perto me ajudou a superar os momentos menos bons, dando-lhes um doce significado!
Tudo isto só foi possível com o apoio da Associação de Apoio às Obras Sociais das Irmãs Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora, na pessoa da Irmã Adelaide Lopes, bem como da calorosa receção das irmãs residentes na missão em Guadalupe, umas verdadeiras guerreiras: Irmã Teresa, Irmã Filomena e Irmã Felismina!
Aprendi muito com esta missão, com as pessoas que cruzaram o meu caminho, sobretudo com a força que as irmãs Franciscanas Missionárias têm… Vivem estas missões de forma tão intensa, é delicioso ver o trabalho que desenvolvem junto da comunidade.
A partir daqui a minha vida jamais será a mesma!”
Testemunho da Associada Ana Machado
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